O límulo (Limulus polyphemus) é um
artrópode quelicerado, também conhecido como caranguejo-ferradura. Apesar do nome, esta espécie está mais próxima das
aranhas e
escorpiões que dos
caranguejos (
Crustacea) propriamente ditos. São representantes do mais antigo grupo animal, que ainda vive sobre a face da Terra, os Merostomatas. Surgiu há cerca de 300 milhões de anos.
Os límulos são normalmente encontrados no
Golfo do México e ao longo das costas do
Atlântico Norte (
Baía de Delaware), para onde comumente migram ano após ano. Durante toda a primavera esses animais sobem, aos milhares, até as praias para desovar, durante as marés altas, nas noites de lua nova e cheia. As fêmeas desovam em média 20.000 ovos por cova que cavam na areia da praia; as larvas eclodem após duas semanas. Podem atingir os 50 cm. Alimentam-se de
moluscos,
vermes e outros
invertebrados. Seu habitat são as águas marinhas costeiras rasas, sobre fundos arenosos
areia e lodosos.
Um variante japonês (
Tachypleus tridentatus) pode ser encontrado em alguns mares, mas é considerada uma espécie sob risco de extinção devido à perda do habitat. Há ainda várias fazendas peixeiras onde os Límulos são criados para ser posteriormente vendidos como comida. Estes animais podem atingir até 51 cm, alimentando-se apenas de
moluscos e alguns
invertebrados. Em cativeiro sua dieta pode ser composta de nacos de carne, tais como pedaços de
camarão e de
lula (Foster and Smith, 2004). Sua boca é encontrada no centro que corresponde à area inferior do
tórax. Um par de pinças que os ajuda a puxar sua comida pode ser encontrado de cada lado da boca.
Límulos possuem a rara habilidade de
regenerar seus membros perdidos, de uma forma similar ao que fazem as
estrelas-do-mar. Esse atributo foi recentemente provado por Sue Shaller, do Serviço Americano de Vida Selvagem.
Estes animais são extremamente valiosos como espécies para a comunidade de pesquisas médicas. Desde 1964 uma substância feita através do
sangue dos Límulos, chamada LAL (Limulus Amebocyte Lysate, em inglês) vem sendo testada contra
endotoxinas bacterianas e na cura de várias doenças causadas por
bactérias. Os animais podem ser devolvidos à água após a extração de uma certa quantidade de seu sangue, fazendo com que essa busca não se torne um risco à sobrevivência destes
artrópodes. A vida de um único Límulo para extração sangüínea periódica pode valer até 2.500
doláres. O sangue destas criaturas é azul, o que é um resultado da alta concentração de
hemocianina cuprosa ao invés da
hemoglobina ferrosa encontrada, por exemplo, nos
humanos. O fato de os Límulos terem evoluído tão pouco ao longo desses 300 ou 400 milhões de anos é uma das razões que faz deste um animal tão diferente dos demais.